O aumento da selic no financiamento imobiliário
Entender o atual aumento da taxa Selic é importante para quem sonha com a casa própria

Todos nós sabemos que conquistar o sonho da casa própria não é uma tarefa simples.

Não basta apenas procurar um bom imóvel, também é preciso ver e comparar os preços de diferentes ofertas, as custas envolvidas (registro, imposto, condomínio, etc.), o valor total a ser pago ao final do financiamento, etc.

Porém, diante desse cenário, temos os juros que, ainda, confundem a maior parte das pessoas, uma vez que existem diversos mitos sobre a diferença entre juros simples e compostos.

E devido a essa falta de conhecimento, milhões de pessoas acabam tendo suas vidas financeiras arruinadas, não conseguindo arcar com as parcelas do financiamento. 

E para piorar a situação, existe mais um empecilho na vida para aquele que deseja um canto para chamar de seu: o aumento da Taxa Selic.

Quer saber que taxa é essa e o que ela tem haver com o financiamento da sua casa ou apartamento? Continue a leitura!

O que é taxa Selic?

Taxa Selic nada mais é do que a taxa básica que determina os juros de todas as operações financeiras, o que inclui, por exemplo, os contratos de empréstimos.

Ou seja, a Selic é o índice principal que norteia todas as taxas de juros, sendo que seu aumento ou diminuição afeta, de forma diversa, quem empresta dinheiro e quem o toma

Como a taxa Selic é estabelecida?

A taxa Selic é fixada pelo Comitê de Política Monetária, abreviado como Copom que, com certeza, você já deve ter ouvido falar nos noticiários.

Trata-se de um órgão criado pelo Banco Central para fins de estabelecer importantes critérios a respeito de nossa economia através de políticas monetárias, sendo que suas decisões impactam nossas vidas diariamente.  

Além de determinar a taxa Selic, o respectivo órgão também é responsável por analisar o Relatório de Inflação. 

Sobre a Taxa Selic, o Copom organiza em um total de 8 encontros ao ano, com duração de dois dias, com o objetivo de determinar qual será a taxa de juros com base na situação atual e esperada da economia nacional. 

Quando se aumenta a taxa básica de juros, significa que o Copom visa parar a inflação, impedindo que tudo continue com um preço alto.

Você deve estar pensando: Então quer dizer que juros altos , causada pela alta da Selic, é bom para o meu bolso?

Sim!

Por mais estranho que possa parecer, o aumento dos juros, ironicamente , serve pra ajudar a economia.

Afinal, com os juros altos, as pessoas compram menos, diminuindo a demanda e, por outro lado, as empresas, em consequência, diminuem a oferta, havendo grande redução nos preços.

Com isso,  a atividade econômica, ou seja, a compra e venda de bens e serviços, o que inclui, também, a contratação de financiamentos, se torna menos frequente, gerando a diminuição da inflação. 

Agora, quando a taxa de juros básica diminui, ou seja, na ocorrência de redução da Selic, serve para gerar o efeito oposto: aumentar a atividade econômica, facilitando a compra e venda de bens e serviços devido a baixa nos preços. 

Com isso, os juros ficam mais baixos, gerando fácil acesso ao financiamento. 

Mas, por outro lado, com aumento da demanda, aumenta-se a oferta, podendo, dentro de determinado período, ocorrer novamente a inflação, fazendo com que o ciclo se inicie novamente.

Claro que isso depende, também, das políticas monetárias do governo, sendo que as crises são cíclicas, mas isso é tema para outro assunto que vai além da Selic.

Como a taxa Selic dificulta ou facilita o acesso ao financiamento imobiliário?

Você já deve ter entendido do porquê haver épocas com fácil acesso ao crédito e outras não.

O aumento da Selic e o financiamento imobiliário estão atrelados, pois tais mudanças acabam refletindo nas condições oferecidas pelos bancos em seus produtos como empréstimo, cartão, mas, principalmente, financiamento.

Se o aumento da Selic fosse um desastre natural como, por exemplo, um tsunami, as pessoas que estivessem na altura do mar seriam arrastadas, sofrendo graves ferimentos, ou até mesmo indo a óbito, enquanto que os prédios sofreriam danos na estrutura, apesar de não serem arrastados.

Em ambos os cenários, tanto pessoas quanto empresas sofrem com o aumento, porém são atingidas de forma diferentes, de acordo com o seu poder econômico, bem como o lado que estão: se estão tomando dinheiro ou emprestando dinheiro. 

Logo, se a taxa Selic subir, o financiamento acompanhará esse movimento, aumentando as parcelas, gerando um saldo devedor maior.

Por se tratar de espécie de crédito que envolve a aquisição de um bem de alto valor, como é no caso de uma casa ou apartamento, esse se torna sensível a alta, fazendo com que fique inacessível para a maioria das pessoas, diminuindo a demanda e, consequentemente, gerando preços mais baixos.

Então, se a taxa Selic cair, isso irá refletir nas parcelas, fazendo com que o saldo devedor diminua, gerando aumento da demanda e oferta. 

A taxa Selic ontem e hoje

Atualmente, a taxa Selic está em 11,75%, sendo que ela foi definida pelo Copom em 16 de março de 2022.

A taxa Selic aumenta e diminui de tempos em tempos com a finalidade de manter a nossa economia estável.

Você pode acompanhar, de forma detalhada, as mudanças da taxa Selic desde 2012 clicando aqui

Percebe-se que a taxa ficou em 2% entre agosto de 2020 até janeiro de 2021, enquanto que entre agosto de 2015 até outubro de 2016 a taxa ficou em 14,25%.

Ou seja, apesar do aumento atual, já  houve épocas piores. 

Na época em que a Selic estava em baixa, o financiamento imobiliário ficou mais barato e acessível, fazendo com que houvesse um aumento na procura de imóveis no geral, havendo, também, sua valorização.

Porém, lembra que o aumento da demanda gera aumento da oferta que gera aumento do preço?

Pois então, houve um aumento na inflação a partir de Março de 2021, fazendo com que a taxa Selic voltasse a subir, iniciando com 2,75% até estar no patamar atual que é de 11,75%.

Tal crédito, nessa situação, será de fácil acesso para milhões de pessoas que estão em uma situação financeira grave e que acabam se enrolando em diversas dívidas, o que inclui, principalmente, aquelas originadas dos bancos, sendo que a continuidade do aumento da taxa Selic deve ser vista com preocupação, apesar das boas intenções.

Como saber se o banco está cobrando de forma abusiva?

Como visto, o aumento da Selic afeta o financiamento imobiliário, deixando suas parcelas e seu valor total mais alto.

Porém, esse cenário acaba sendo uma oportunidade para que os bancos, bem como imobiliárias e construtoras, cobrem valores abusivos e indevidos, prejudicando ainda mais a situação do consumidor.

Nada justifica tais cobranças que prejudica a parte mais fraca da relação, o que envolve juros abusivos, cobrança de taxas indevidas, venda casa de seguros, dentre outras que apenas encarecem o financiamento.

Portanto, se você está se sentindo lesado(a) e suspeita que esteja sendo cobrado(a) de forma abusiva, busque um advogado especialista em revisional de juros para orientar o seu caso. 

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