Saber a diferença entre juros simples e juros compostos é fundamental para que você possa estar ciente sobre o valor total que irá pagar na fatura.
Além do mais, é importante saber se os juros do cartão de crédito são simples ou compostos, afinal é comum que ele cause endividamento para milhões de pessoas.
Logo, será explicado sobre o funcionamento do cartão, modo de cálculo dos juros, dentre outras questões.
O que é e como funciona o cartão de crédito?
Cartão de crédito é uma modalidade de empréstimo que serve como forma de pagamento eletrônico de produtos e serviços, sendo que pode ser utilizado tanto por pessoas físicas, quanto jurídicas (empresas).
Esse empréstimo é utilizado por meio de um cartão de plástico que possui as seguintes características:
- Chip e/ou tarja magnética (sendo que esse último não é mais tão utilizado);
- Nome do portador (a quem pertence o cartão);
- Número do Cartão;
- Data de Validade;
- CVV (Card Verification Value) ou Código de segurança que é uma numeração de três números;
- Identificação do emissor (no caso é o banco);
- Identificação da bandeira (responsável por transacionar as compras e repassar os dados ao emissor).
O cartão de crédito é utilizado para compras, principalmente de forma parcelada, no qual é possivel comprar na hora, mas pagar depois, seja a vista ou parcelado durante um período, com condições preestabelecidas.
Dentre essas condições existe o limite de crédito que nada mais é do que um valor limitado disponível que poderá ser usado por você.
Além disso, é comum que os bancos e/ou as bandeiras ofereçam promoções para os usuários do cartão como pontos, cashback em compras, etc.
Porém, é importante saber que existem as contrapartidas que são as tarifas ou taxas oriundas do cartão de crédito que devem ser pagas.
Essas tarifas são as seguintes:
- Anuidade: É uma taxa de manutenção para custear o uso do cartão disponibilizado pelo emissor, sendo que é cobrado a cada doze meses. Há instituições que não cobram esse valor;
- Pagamento de contas: Se refere aos pagamentos de faturas e boletos bancários utilizando o cartão de crédito;
- Avaliação emergencial de crédito: É uma cobrança quando se realiza compras acima do limite de crédito disponível, sendo que o seu aumento gera um custo a ser pago;
- Saque: Caso queira sacar dinheiro via cartão de crédito, seja no Brasil ou exterior, o banco cobra uma taxa pra tal;
- Segunda via do cartão: Quando o cartão é perdido, roubado ou furtado, é necessario que se faça a confecção e emissão de um novo, no qual será cobrado.
A respeito do pagamento de faturas deve-se ter muita atenção, pois está atrelado diretamente com os juros, no qual será explicado a seguir.
Como funciona a fatura do cartão de crédito?
Conforme dito, o cartão de crédito o possibilita de comprar agora e pagar depois.
A fatura se refere ao valor que foi gasto no mês anterior utilizando o cartão no qual deve ser pago até a data escolhida por você no momento da contratação.
E enquanto não for paga, o seu limite não poderá ser restabelecido em seu valor total.
Caso não consiga pagar de forma integral, existem as opções de pagamento mínimo da fatura ou o parcelamento, no qual, ainda, sobrará um valor devido.
Porém, sobre esse valor remanescente, incidirá juros, nos quais são chamados de juros rotativos.
O cartão de crédito possui crédito rotativo quando não se paga a fatura total, fazendo com que se incida juros rotativos sobre o valor que sobrou, gerando um aumento exponencial na dívida, sendo que esses juros são os mais elevados do mercado pelo fato de ser calculado a juros compostos.
Além disso, a taxa de juros do cartão de crédito é considerada, em média, uma das mais altas do mercado (senão a mais alta).
Ou seja, em uma resposta curta, o cartão de crédito possui juros compostos.
Agora irei explicar, de forma mais profundada, sobre os juros e os dois modos de calculá-lo.
O que são juros?
Os juros é a remuneração recebida pelo banco que empresta dinheiro para uma pessoa, sob condições que envolve prazo, parcelas, taxas, etc.
Se de um lado juros tem um caráter remuneratório, do outro é a composição que o tomador do empréstimo deve arcar, junto com a divida, formando, assim, o montante total que é o valor total a ser pago no final.
A taxa de juros são representados por meio de um percentual (%) que incide sobre o valor do empréstimo.
É comum buscar a chamada “taxa justa” ou “juros justos“, porém tal conceito não passa de um mito, uma vez que cada operação bancária oferece taxas de juros que varia de acordo com o público-alvo e seus objetivos.
Os juros se classificam de diferentes formas, sendo que irei explicar sua classificação quanto a forma de calcular que se divide em dois: juros simples e juros compostos.
Juros Simples
Juros simples estão mais presentes nas operações financeiras não bancárias. Geralmente são usados para empréstimos realizado por pessoas comuns no cotidiano, sendo que o valor do juros simples nunca muda durante o período.
Os juros simples é calculado sobre o valor inicial. Naturalmente, o valor total irá ser maior do que esse, porém não será tão grande em comparação com os juros compostos.
A titulo de exemplo, irei demonstrar o uso de juros simples em um empréstimo:
Uma pessoa pediu empréstimo no valor de R$ 9.000,00, dividido em 15 parcelas, com uma taxa de juros simples de 3%. O cálculo se faz da seguinte forma:
9.000 x 0,03 = 270 reais. Esse será o valor mensal de juros.
Para saber o total a ser pago, basta descobrir o valor da dívida a ser paga cada mês, somar com os juros e multiplicar o resultado com o número de parcelas. No exemplo usado, o valor total irá ser de R$ 11.750,00.
Uma fórmula fácil para descobrir o montante total a juros simples: M = C(1+i.n).
Escrevendo por extenso significa: Montante total ou valor total pago (M) é igual a capital ou valor inicial (C) multiplicado por 1 mais taxa de juros (i) multiplicado pelo prazo ou quantidade de parcelas (n).
Juros compostos
Já os juros compostos são calculados sobre o valor inicial somado ao juros do mês anterior, fazendo com que o valor total seja superior ao do simples.
Basicamente, os juros incide sobre o juros. Por isso que os juros compostos também são chamados de “juros sobre juros”.
Os juros compostos são aplicados pelos bancos por ser mais rentável para eles, ainda mais quando envolve prazos longos, pois quanto maior o tempo, maior será o rendimento mensal.
Já para o consumidor, por outro lado, o tempo torna-se a maior inimiga, pois quanto maior o tempo, maior será a dívida.
Para ilustrar, irei usar o mesmo exemplo anterior: Empréstimo de R$ 9.000,00, dividido em 15 parcelas, com taxa de juros de 3%.
No primeiro mês, os juros serão de R$ 270,00, pois se multiplica o valor inicial e a taxa de juros. Até aqui, não há diferenças com os juros simples.
Já no segundo mês, o juro será de R$ 278,10, pois se calcula a taxa de juros sobre o juros do primeiro mês, fazendo com que o valor gerado seja somado com o juros anterior. Funciona da seguinte forma:
9.000 x 0.03 = (valor original incide taxa de juros)
270 x 0.03 = (resultou juros no qual incide taxa de juros)
8.1 + 270= (resultou juros dessa segunda incidência no qual se soma)
278,10 (juros da segunda parcela)
E assim será feito até que, ao final, gere o valor total de R$ 14.021,71.
Do mesmo modo que os juros simples, os compostos também possui uma fórmula fácil de cálculo: M = C(1+i)n.
Escrevendo por extenso significa: Montante total ou valor total pago (M) é igual a capital ou valor inicial (C) multiplicado por 1 mais taxa de juros (i) elevado pelo prazo ou quantidade de parcelas (n).
Perceba que, com base no exemplo usado, a diferença entre os valores totais gerados pelo juros simples e compostos foi de R$ 2.271,00.
O que você faria caso pudesse economizar esse valor? Pois é.
Tabela comparativa entre juros simples e juros compostos
Perceba como o modo de calcular os juros influencia no quanto você irá pagar ao final.
Para resumir, explicarei na tabela abaixo as diferenças entre juros simples e compostos.
Juros Simples | Juros Compostos |
Incidência de juros no valor original | Incidência de juros no valor original e no juros do mês anterior |
Os juros se mantém constante durante o período | Os juros aumentam durante o período |
Comum em empréstimos de pessoas físicas e jurídicas que não sejam instituições financeiras. | Comum em operações envolvendo bancos, construtoras, incorporadoras, etc. |
Valor original aumenta com os juros | Valor original aumenta mais devido aos juros sobre juros |
Formula do montante: M = C(1+i.n) | Formula do montante: M = C(1+i)n |
Estou sofrendo com os juros do cartão de crédito. O que fazer?
Conforme dito, o cartão de crédito é um meio de pagamento que facilita a sua vida, mas se deixar de pagar a fatura, incide os juros rotativos que são cálculos pelo métodos dos juros compostos.
E para piorar a situação, a taxa de juros do cartão é uma das mais altas do mercado, o que acarreta, de forma fácil, no superendividamento do consumidor.
Porém, do mesmo modo que eu disse sobre o empréstimo consignado e o financiamento imobiliário, pode ocorrer, também, práticas abusivas envolvendo cartão de crédito.
O fato do crédito rotativo ser elevado não justifica que o cliente deva ter prejuízo que gere vantagem excessiva ao banco, conforme artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor.
Além disso, é importante que no contrato esteja transparecido que, na respectiva operação, os juros serão calculados de forma composta, pois a abusividade não está nos juros compostos, mas na falta de previsão expressa.
Logo, caso esteja sofrendo com os juros em seu cartão, busque um advogado especialista para que possa estar lhe orientando o que fazer.